Curiosidades

 

Eu, Lozandres Braga... Trago neste espaço, um pouquinho da história de um dos artistas mais populares do nosso país.

Durante as inúmeras pesquisas realizadas pelo Juliano Barreto (autor do livro biográfico do Mussum); Ele entrou em contato comigo para lhe auxiliar, sobre um filme de produção mexicana, até então desconhecido pelos fãs do Mussum, em que ele teria participado.

Com o nome do filme anotado, busquei incansavelmente na internet, alguma evidencia concreta do suposto filme de 1964. Passaram-se alguns dias pesquisando, me dei conta que no filme tinha uma cantora mexicana (Monna Bell) muito famosa na época. E por alguma curiosidade diante de vários vídeos dela na internet, escolhi alguns para assistir.

E logo encontrei um vídeo de uma musica que se chama “Desafinado”. Abri o vídeo e para a minha imensa felicidade, dei pulos de alegria com o nosso eterno Mussum tocando o seu reco-reco.

Muito jovem e com todos os trejeitos que conhecemos até hoje. Anos mais tarde se tornaria um dos maiores cômicos do Brasil e admirado até hoje por todos.

Meses mais tarde encontrei finalmente o filme completo, postado aqui para vocês apreciarem mais esta raridade.

 

 

Abaixo, alguns trechos do livro “Mussum Forévis: Samba, Mé e Trapalhões”, contando as aventuras do Mussum no México e alguns detalhes para que o filme fosse produzido.

 

A morte de Lamarline Babo gerou grande comoção em todo o Brasil, em especial no Rio de Janeiro. Por isso, a estréia de "O teu cabelo  nao nega" estava carregada com uma expectativa acima do normal. Seria, além de uma homenagem, o último trabalho do gênio das marchinhas. Sabendo disso, a companhia de Machado redobrou os esforços nos ensaios e a produção ficou deslumbrante. Os anuncios nos jornais destacavam "as mais lindas estrelas da TV Carioca", com os nomes de Lady Hilda, Diva Elena, Regina Celia, Zelia Martins e Esmeralda Barros em letras grandes, e os de Carlos Leite, Os Modernos e Os Rouxinois, em fontes menores. As apresentações lotaram o Golden Room todas as noites e arrancaram elogios exagerados da imprensa. "A noite tern um espetáculo que bastaria para nós, os que escrevem sobre a noite, dizermos apenas que é um espetáculo espetacular", escreveu Fernando Lobo na revista A Cigarra. Todo esse sucesso chegou aos ouvidos das Organizaciones Carlos Amador, uma potencia do showbiz mexicano que produzia programas de TV, filmes para o cinema, shows em casinos e o que mais fosse possível no ramo do entretenimento. E, depois disso, não demorou para Carlos Machado receber uma proposta quase impossível de recusar.

Bem impressionado por "O teu cabelo n ao nega", Carlos Amador e seus diretores viajaram até o Rio para convidar Machado para uma turnê de cinco meses. O gordo contrato incluía uma agenda de apresentações com datas em hotéis luxuosos e casas de show de primeira linha, além de prever uma farta divulgação dos shows a ser feita por rádio e televisão. A cereja no bolo seria a participação dos cariocas na produção de Buenas noches, Año Nuevo!, filme com os astros Ricardo Montalban e Silvia Pinal. O produtor brasileiro não teve dúvidas, rescindiu seu acordo com o Copacabana Palace e foi aventurar-se no México. Mas era preciso correr. Em 22 janeiro de 1964 era esperado um verdadeiro carnaval brasileiro na Boate Senorial, em Acapulco. Estava desde já agendado o primeiro show da "Colosal Compania Brasilena de Carlos Machado e suas estrellas cariocas".

Montar o show não seria problema. "O teu cabelo não nega" era tão grandioso que, apenas recortando alguns de seus números, Ma chado conseguiu criar o roteiro para dois espetáculos diferentes, "Samba, carnaval y mujer" e "Rio, ciudad maravillosa". A logistica também estava resolvida. O produtor era amigo de longa data de Ruben Berta, o fundador da Varig, e seria fácil providenciar o transporte aéreo dos equipamentos, cenários e figurinos. O desafio mesmo seria reunir o elenco com mais de cinquenta artistas, cada um com suas manhas, necessidades e particularidades, e convence-los a embarcar por cinco meses em uma viagem.

Como argumentos, o empresario usou a possibilidade de uma carreira internacional para os musicos e, para as moças, a chance de conquistar um marido ricaço. A companhia teria hospedagem em bons hoteis, as paradisiacas praias de Acapulco e um pagamento semanal de 50 dolares.

Para Zé Luis, o convite veio na melhor hora possível. O dono de Os Modernos arrumou uma briga que baniu temporariamente o conjunto da quadra do Salgueiro, após conceder uma entrevista polêmica ao colunista social Valter Neto, dizendo que não tinha nenhuma ligação oficial com a Escola, pois não era possível sustentar um grupo com os baixos cachês pagos pela diretoria da agremiação. O mal-estar ficou ainda maior quando ele afirmou que "o negócio mesmo era ganhar dinheiro em boate". Passar um tempo no Mexico e deixar a poeira baixar seria uma excelente idéia. Assim, Zé Luis, Bidi, Jonas, Chiquinho, Clovis e Rubão estavam prontos para embarcar. Faltava Carlinhos.1

Carlinho da Sao Francisco, que andava tranquilo trabalhando como cabo da Aeronáutica e ainda encarava os shows no Copacabana Palace como biscate, ficou em dúvida sobre a aventura até receber uma notícia inesperada. Embarcar na turnê significava perder o carnaval, ficar longe das farras em Mangueira e, pior que isso, pedir uma licença longa e dificíl de justificar na Aeronáutica. Nenhum desses motivos, porém, superaria a necessidade de prover sua família, que estava prestes a crescer. Leny estava grávida de uma menina. Mussum, aos 23 anos, seria pai pela primeira vez.

Com o impulso dado pelas novas responsabilidades que surgiam no horizonte, em janeiro de 1964, Mussum desembarcava no México ao lado de um time completo de músicos, coreógrafos, técnicos, dançarinas e vedetes. A partir dali a trupe começaria uma rotina de shows incessante. Todas as noites havia apresentações no Teatro Blanquita, no Teatro Playa de Homos, nos hotéis de Acapulco, nos programas de rádio e nos programas de TV. Durante o dia, viagens entre uma cidade e outra e também as gravações para o filme Buenas noches, Año Nuevo!.

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Buenas noches, Año Nuevo! 1964

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