(Antonio) Renato Aragão

 

Nascido no interior do Ceará, é filho do escritor Sobralense Paulo Ximenes de Aragão e Dinorá Lins. Em 1955, tornou-se oficial do Exército (segundo-tenente de infantaria), formado pelo CPOR. Formou-se em Direito, na Faculdade de Direito do Ceará em 1961. Aos 24 anos, inscreveu-se num concurso da TV Ceará para trabalhar como "realizador" - uma espécie de diretor, redator e produtor de programas. Ele venceu, demonstrando seu talento e em pouco tempo já trabalhava como ator. O primeiro programa de televisão de que participou foi Vídeo Alegre.

Em 1963, Renato mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de estudar direção de programas e logo foi contratado pela TV Tupi para trabalhar no humorístico A E I O URCA. A mudança para a TV Excelsior em 1964 lhe proporcioniou a oportunidade de

 

criar um humorístico próprio; nascia então Adoráveis Trapalhões, em que contracenava com Wanderley Cardoso, Ivon Cury e Ted Boy Marino. Apesar de ter participado de muitos outros programas humorísticos, Aragão nunca se esqueceria da fórmula utilizada em Adoráveis Trapalhões, e finalmente conseguiria consagrá-la em 1975, ao estrear Os Trapalhões, já regresso à TV Tupi, ao lado de Dedé Santana, Mussum e Zacarias).

Renato Aragão atuou em diversos filmes, tendo alguns recebido premiações estrangeiras, como Os Vagabundos Trapalhões e O Cangaceiro Trapalhão, no Festival Internacional de Cinema para a Infância e Juventude (Portugal), em 1984, e Os Trapalhões e a Árvore da Juventude, no III Festival de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993.

Fundou, em 1977, a Renato Aragão Produções Artísticas Ltda., responsável pela produção de filmes, programas de televisão, vídeos e shows, dentre outros. Recebeu, em 1980, o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e, em 1982, o título de Personalidade Ilustre do Estado do Rio de Janeiro, ambos concedidos pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em 1991, tornou-se representante especial do UNICEF e embaixador do mesmo órgão, em prol da infância brasileira. Foi condecorado chanceler da Ordem do Rio Branco, título concedido pelo MRE, em 1994. Nesse mesmo ano, foi agraciado com a admissão na Ordem Nacional do Mérito Educativo, no grau de oficial, por indicação do Ministério da Educação e do Desporto. Ainda em 1994, Renato Aragão estreou um programa em Portugal, a convite da emissora portuguesa SIC, com a participação dos atores Dedé Santana e Roberto Guilherme, além de vários artistas portugueses. Em 1995, recebeu o título de Cidadão Paulistano, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo. O grupo "Os Trapalhões" entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, em 1997, como o humorístico brasileiro que permaneceu por mais tempo em exibição na TV.

Renato Aragão encontra-se no seu segundo casamento, com a fotógrafa Lílian Taranto. Tem uma filha, Lívian (1999), com a atual esposa além de outros quatro filhos do primeiro casamento com Marta Rangel (1957-1991): Paulo (1960), Ricardo (1962), Renato Jr. (1968), e Juliana (1977). Dois episódios marcantes evidenciaram o lado religioso de Renato Aragão: o humorista já escalou o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, para beijar a mão da estátua, e fez uma caminhada de São Paulo a Aparecida, levando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, para pagar uma promessa feita à santa.

Apresenta o programa anual Criança Esperança, que conta com a participação de vários artistas, e tem por objetivo arrecadar fundos para ajudar crianças carentes.

Renato ficou afastado da TV depois da morte de seus companheiros Zacarias e Mussum (sem esquecer o querido Tião Macalé). Em 1998, estreou um programa inédito, com formato diferente, A Turma do Didi.

No ano 2000, festejou seus 40 anos de carreira. Em 2002, sua empresa Renato Aragão Produções Artísticas Ltda comemora 25 anos de sucesso. Nesse mesmo ano, Renato lançou o livro Meus Caminhos.

Didi Mocó

Didi Mocó é o personagem de maior sucesso interpretado por Renato Aragão. Didi é tão famoso que Renato Aragão é mais conhecido pelo nome Didi do que pelo seu próprio nome. O nome completo do personagem Didi é Didi Mocó Sonrizep Colesterol Novalgino Mufumbbo (por vezes, Didi ao mencionar seu nome completo, alertava que o nome Mufumbbo é "com dois bês").

Didi foi interpretado por Renato Aragão não só apenas no programa televisivo dos Trapalhões, mas também em vários filmes do grupo e no programa A Turma do Didi.

Algumas expressões do Didi

O linguajar único de Didi é formado por várias palavras cômicas e também por diversas variações d'outras palavras, como: scripa (script), sumana (semana), carcentração (concentração), suveja (cerveja), campanhêro (companheiro), drupa (dupla), varea (variam), Bita (Beatles), Ruka (Hulk) etc.

Algumas frases do Didi

  • Som na caixa! (quando um algum cantor participa de seu programa)
  • Pó pará! (Pode parar!)
  • Nem morta, filha! (recusando-se a realizar alguma ação)
  • Dá licença, caiu algo aqui no chão... (sempre quando queria conversar com alguém em particular, no meio de outras pessoas, Didi atirava intencionalmente um objeto no chão, dizia a frase e puxava a pessoa para falar)
  • Aí vareia (varia)
  • Ô pissit! (uma modificação da interjeição "psiu")
  • Ô da poltrona! (dirigindo-se ao telespectador)
  • Âh, âh, âh! (gritando assustado)
  • Circulando, circulando! (ao fugir de alguma má situação)
  • É fria! (também ao fugir de alguma situação azarada)
  • Bicho bão! (se referindo à mulheres bonitas)
  • Cuma? (Como?)
  • Arô? (Alô?)
  • Soi Eu (Quando atende o telefone e alguém pergunta quem é)
  • Achôôô! (quando alguém que o estava procurando o encontrava)
  • É comiga (comigo)?
  • ...com as catraca meio "cafusa" (confusas)!
  • É caflito (conflito)? (ao se desentender com alguém)
  • É guerra? (idem ao acontecimento anterior)
  • É um, é dois, é dois e meio, é dois e quarenta e cinco, é três! (sua contagem até três)
  • Fui ofendido mas tô no lucro!
  • Audácia da pilombeta!
  • Hmmmm, tô com medo da menina! (debochando de alguém que o ameaça)
  • Folgo em vê-lo, indivíduo competente.
  • Eu não quero nem saberrrrr...!
  • Aguarde, e confie!
  • Isso, pisa, pisa em cima daquele que te dá carinho! (bastante dita nas temporadas dos Trapalhões de 1990 e 1991)
  • Biiiito (bonito)
  • Bater palmas três vezes e gritar: "Peruas!" (somente na temporada dos Trapalhões de 1992)
  • Os pirataaa! (somente na temporada dos Trapalhões de 1993)
  • Sabe tudo! (somente na temporada dos Trapalhões de 1993)
  • Ô boy! (se lamentando, apenas na Turma do Didi)
  • É assim com os omi!(Renato Aragão fez a personagem Severina a prima nordestina da Dona Salomé, gaucha da cidade de Passo Fundo, personagem criado por Chico Anysio, que era muito amiga supostamente, do ex- presidente João Batista de Oliveira Figueiredo. A piada remete exatamente ao último presidente militar e mexia com a história bíblica de Salomé e João Batista. Severina"" esfregava os dois dedos indicadores e falava este bordão. Queria dizer que era íntimo da pessoa)
  • Tá na mão do Artista!
  • Isso muito me interessa!
  • Eu acredito na ciência! (A Turma do Didi)
  • Assim como são as pessoas, são as criaturas!

Costumes

  • Desconfiar e debochar da masculinidade dos outros, em especial e principalmente de Dedé.
  • Cantar a música Paralelas, da cantora Vanusa:no Cracovado (Corcovado) quem abre os braços sou eu...Copacabana pra sumana o mar sou eu...

Apelidos (pelo quarteto, especialmente por Mussum)

  • Cardeal (por ter pêlos rubros no peito, semelhante às penas do pássaro cardeal)
  • Ceará
  • Cabeça-chata
  • Paraíba
  • Troféu de corrida de jegue
  • "Da farinha"
  • "Do jabá"

Outros Personagens

Além do famoso Didi, Renato Aragão também interpretou outros personagens no programa dos Trapalhões.

Soldado 49

Na verdade este não era outro personagem, mas o mesmo Didi num quartel de exército, onde ele interpretava o papel de recruta junto com seus três companheiros (Dedé era o soldado 42, Mussum o 98 e Zacarias o 45), sob o comando do autoritário Sargento Pincel (Roberto Guilherme), em quem sempre Didi e seus amigos tentavam pregar peças. Tião Macalé também tomou parte neste quadro, como o Cabo 7.

Aparício

Um personagem mudo que era sempre acompanhado pela voz de um narrador, que se comunicava com ele. Teve uma única aparição frente a Didi no quadro Trapa Hotel (numa cena feita com montagens), sempre com a inseparável voz do narrador ao seu lado.

 Ananias

Um anão que Renato Aragão interpretava com metade de suas pernas afundadas em buracos no chão, para diminuir a estatura.

 O Velho

Um personagem idoso sempre com um forçado sorriso na boca para parecer que não tinha dentes. Quase sempre terminava metido em encrencas e sua eterna frase final era sempre "Ih, o véi (velho) dançou". Mas, excepcionalmente em uma vez, ao não terminar a cena com má sorte, disse: Nessa o véi num vai dançar não! O véi tá ficando sabido!

 O Maluco

Um personagem completamente louco que Renato Aragão interpretava usando uma espécie de chapéu que, na parte de cima, tinha o formato de uma luva de mão.

Televisão (eventos)

 

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