Entrevista

 

Agradeço aos amigos, Diego Munhoz e ao Rafael Menezes pelo incentivo e contribuição na matéria, para esta oportunidade de estar com este fabuloso e simpaticíssimo artista que tem o seu nome na história do cinema nacional e especialmente na história dos Trapalhões.

Lozandres Braga e Benício

 

Há quanto tempo o senhor desenha? E onde o senhor começou a desenhar profissionalmente?

Eu desenho desde 1959, eu comecei a trabalhar como desenhista na Rio Gráfica Editora e fiquei 11 anos trabalhando lá. E ali, considero a minha formação profissional e foi lá que me desenvolvi.

Inspirou-se em algum artista especifico no inicio?

Tem as pessoas que admiro quando estamos começando principalmente. No meu caso a influencia maior, foi quando eu trabalhava na Rio Gráfica, eu tinha acesso às revistas americanas. Então eu apreciava muito os desenhos dos americanos daquela época.
E a li fui estudando e me desenvolvendo através dos desenhos deles.

Como iniciou a sua relação com “Os Trapalhões”?

Através dos cartazes de cinema. Na época eu comecei a fazer muitos cartazes 
de pornochanchada e muitas coisas nestes sentidos... E Os Trapalhões me procuraram para produzir os cartazes.

Renato Aragão era um produtor fantástico, não era qualquer um que fazia dois filmes por ano.

Como era a criação dos cartazes do grupo?

A criação dos cartazes era através de conversas minha com o Renato.
Na verdade, sempre conversei muito mais com o Renato do que os outros, porque o Renato era o líder do grupo, ele mandava, ele que decidia e resolvia as coisas para o grupo.

E os cartazes a gente criava através de conversas, bate-papo... Como fazer e como vamos fazer...

A maioria dos cartazes dos filmes dos Trapalhões, o Renato sempre ficava em primeiro plano... Era uma exigência dele, ou por ele ser na maioria das vezes o principal personagem diante dos outros companheiros?

Aquilo era porque, ele era chefe do grupo... E as historias sempre giravam principalmente em torno dele e como ele era o principal ali, era evidente que ele aparecia mais que os outros.

Para elaborar um cartaz para os filmes, o senhor tinha que assisti-los?

Eu trabalhava basicamente primeiro o roteiro através de conversas e segundo através das fotos das filmagens. Então o Renato sempre me fornecia material já pronto, takes e seqüências. Tudo que era possível para criar os cartazes...

Existe uma entrevista sua que lembramos... O único trapalhão que palpitava nos trabalhos seria o Dedé Santana que sempre exigia sair mais bonito nos cartazes...

(risos)

Ele reclamava que não estava muito bonito... O Dedé
é muito vaidoso...

Houve algum fato engraçado neste período das produções dos cartazes?

Bom... Eu não lidava diretamente com eles diretamente, era mais mesmo com o Renato, quando os filmes já estavam gravados.

Houve cartazes pronto que não foi aprovado e tiveram que ser refeitos?

Teve um cartaz que foi feito, do filme “A Princesa Xuxa e Os Trapalhões”, existiu uma exigência que tinha em que o desenho da Xuxa tinha que ser feito pelo desenhista da produção da Xuxa... O cartaz existe até hoje, mas ficou feio... E fiz mais por questão de comodidade e para não ficar aborrecido, mas que ficou uma coisa esdrúxula, ficou...

Existiu algum trabalho não aproveitado?

Que tivesse pronto não... Todos que eu fiz foram finalizados e aproveitados.

Os esboços primários... Eram feitos mais de um?

Ah não! Aquilo era muito conversado... Eu sempre fazia um layout para o Renato e ele vinha pessoalmente várias vezes no meu atelier e aprovava. Mesmo porque ele tinha muitos compromissos fora do Rio.

Quanto tempo levava para fazer um cartaz?

Geralmente levava umas duas semanas... Os cartazes do Aragão eram sempre muito movimentados, tinham muitos elementos e então demorava mais

Além dos cartazes dos filmes, o senhor teve participação visual de produtos do grupo?

Fiz muita coisa... Ilustração pra brinquedo, envelopes que davam movimentos, capas para LPs, e outras coisas.

Teve algum projeto para a realização de quadrinhos?

Não! Por que o desenho de histórias em quadrinhos é uma coisa muito especifica... Muito especializado.

Como se sente ao ver uma obra sua exposta no cinema?

É bem gratificante, principalmente quando se via uma fila enorme de gente para entrar nos cinemas como a gente via para ver os filmes, como no caso dos filmes dos trapalhões.

Dentre todas as suas criações para os Trapalhões qual foi a que mais te marcou?

Teve uns cartazes que adoro particularmente, um deles que eu gosto muito, é o Cinderelo Trapalhão... Pela composição, o assunto interessante, a imagem ficou muito bonita. Pura estética nada especifico.

Benício e Carlos Henrique (adiministrador das obras), com a mais bela obra criado para Os Trapalhões, segundo o próprio Benício.

 

O senhor ainda tem contato com o Renato Aragão ou Dedé Santana?

Atualmente não, mas caso eu encontre o Renato, talvez ele me reconheça por ter tido mais contato com ele na época.

O Grupo Casseta e Planeta em seu longa, procuraram o senhor para fazer o cartaz do filme e ainda o citou como o Benicio dos Trapalhões?

(risos)

Acho que de tanto cartazes que fiz dos filmes dos Trapalhões, isso marcou de alguma forma não que isso tivesse algo especifico.
O Casseta e Planeta me procurou porque na época o estilo de cartaz que eles queriam casava com o dos filmes dos Trapalhões.

O Senhor Possui novos projetos para este ano?

Eu possuo sim... Mais mesmo para a utilização das minhas imagens e livros.

Eu não poderia ficar de fora deste momento... Ficar ao lado da mais bela obra e do seu simpaticíssimo criador.

Tópico: Entrevista

Materia gostei muito

Data: 23/03/2015 | De: Wagner Pires Fortes

Eu sempre acompanhava todos os filmes dos trapalhões, Eu queria que tivesse reprise dos capitolos para relembrar a trapalhadas muito bom mesmo desde ja muito obrigado...

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